Regina Padilha lista 5 aspectos que fortalecem a prática da arquitetura sustentável

A função deve vir sempre antes da forma. Essa ideia faz parte do dia a dia da arquiteta e urbanista Regina Padilha, que defende a presença massiva do conforto ambiental nos mais diferentes projetos que passam por seu crivo.

Mestre em Meio Ambiente e Arquitetura Bioclimática pela Universidade Politécnica de Madrid, Regina explica que a arquitetura sustentável é aquela que busca a interação do edifício com o seu meio natural. Na prática, para citar alguns exemplos, esse processo leva em consideração condições climáticas do local antes do desenvolvimento do projeto arquitetônico, estimulando o máximo possível o uso da iluminação e ventilação natural, além de outros fatores.

Para se ter uma ideia, o resultado dessas decisões pode levar a ambientes interiores mais confortáveis, com consequente redução de consumo energético. Estudos mostram que até 90% do impacto ambiental de um edifício ou produto é determinado pelas primeiras decisões de projeto.

Neste 5 de junho, data em que celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, a arquiteta compartilha com o Lets alguns aspectos prévios que devem ser avaliados em qualquer desenho arquitetônico – tarefa relativamente simples, mas que pode inspirar profissionais da área a trabalharem de forma mais consciente e engajada.

5 aspectos prévios que estimulam a construir de forma mais sustentável

1. Disposição! A disposição de uma edificação no terreno diz muito sobre o desempenho térmico dela, assim como a sua integração com o meio ambiente. O clima também é um fator determinante da disposição. Uma construção pode ser suspensa do terreno, permitindo uma ventilação total ou a proteção das águas, por exemplo, como no caso das palafitas, ou pode ser completamente enterrada no solo, como no caso das construções subterrâneas, que praticamente não sofrem os efeitos do clima local.

2. Orientação! A definição da correta orientação solar engloba diversos fatores, como a topografia local, as exigências de privacidade, o aproveitamento de belas vistas, a redução do ruído e os fatores climáticos referentes ao vento e à radiação solar. Uma parte muito importante do trabalho arquitetônico consiste na determinação da posição do edifício para o aproveitamento máximo dos benefícios térmicos, higiênicos e psicológicos que a radiação solar nos proporciona.

3. Forma! A forma que uma construção terá também diz muito sobre a incidência solar na edificação e suas condições de conforto térmico. Ela pode ser mais alongada e permitir maior incidência solar em determinada face, dependendo da sua orientação em relação ao sol (eixo norte-sul ou leste-oeste). A forma também tem relação com a integração à paisagem local, de modo que quanto mais integrada, menos impactante a construção será. A forma perfeita seria aquela que ganha o mínimo de calor no verão e perde o mínimo de calor no inverno.

4. Massa! A massa de uma construção é basicamente sua pele, que atua como filtro entre as condições internas e externas para controlar a entrada de ar, calor, frio, luz, ruídos e odores. Os materiais que formam a pele da edificação têm um papel decisivo na utilização e controle dos raios solares. Para citar dois opostos, de um lado temos os panos de vidro e, de outro, as paredes maciças.

5. Fenestração! A fenestração é abertura da edificação para o exterior, ou seja, suas portas, janelas e panos de vidro. A fenestração também possui relação com a incidência solar e a ventilação da construção. Maiores panos de vidro permitem maior ventilação, mas também maior incidência solar, dependendo da orientação. Muitos artifícios podem ser utilizados para permitir a ventilação e proteger dos raios de sol – como os brises, que podem ser verticais (protegem do sol mais baixo) ou horizontais (protegem do sol mais alto).

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